Farol fechado
Olhos abertos
Trânsito entre eus
chuva molha o retrovisor
Os canteiros de bitucas
Decoram o céu
Fumaceiam tarde gris
O sol ainda lambe o asfalto
E eus sopram alma
Pintando insensato perfil
abstrato.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
terça-feira, 16 de novembro de 2010
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
domingo, 14 de novembro de 2010
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Dê de presente poesia
Fui presenteado por volta de um mês com um poema, registro de boas conversas e momentos de reflexão em companhia de um velho-novo amigo Silva. Não poderia deixar de compartilhar um presente tal, já que, hoje em dia é muito difícil ser agraciado por um belo poema.
Silvério Bittencourt
Bebe
para que possas vomitar
e bebe novamente e sê livre
como não o é
quem enxerga conclusões
serás uma pedra no estômago do mundo
mas bebe tudo num único gole
e quando estiveres pelas calçadas
ou voando com a fumaça louca das chaminés
vomites da forma que lhe aprouver
bebe, bebe, bebe, bebe, bebe
e então vomites
mas antes de tudo
bebe
Silvério Bittencourt
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
O dia
Dia se ergue
Trabalhadores tocam amores
Feito tijolos para construção
Logo vem o cimento
Retângulares corpos
Roldanas descem
Sonhos de uma canção de ninar
As batatas se esparramam
As meninas colocam a mão no coração
A música dos motores
As batidas do martelo
Faz balançar fumaça
Bitucas sangram no asfalto
O vento levanta o odor do canos
Esgoto em mentes sãs
As rodas frenéticas
Puta Pastor Fiéis
Vendem a fé
Verdade mentida
Horas cordiais estrangulam mais um dia.
Trabalhadores tocam amores
Feito tijolos para construção
Logo vem o cimento
Retângulares corpos
Roldanas descem
Sonhos de uma canção de ninar
As batatas se esparramam
As meninas colocam a mão no coração
A música dos motores
As batidas do martelo
Faz balançar fumaça
Bitucas sangram no asfalto
O vento levanta o odor do canos
Esgoto em mentes sãs
As rodas frenéticas
Puta Pastor Fiéis
Vendem a fé
Verdade mentida
Horas cordiais estrangulam mais um dia.
domingo, 5 de setembro de 2010
Poemar
solidão destilado algo forte
Busca apenas um norte
os pés flutuam no canto
lua pratea
salgado amar
Mar aceso
Doce
Sal do mar
Embalam os sonhos
Molham raios
Navegam estribos
Mão no trilhos
Forte algo destilado solidão
Busca apenas um norte
os pés flutuam no canto
lua pratea
salgado amar
Mar aceso
Doce
Sal do mar
Embalam os sonhos
Molham raios
Navegam estribos
Mão no trilhos
Forte algo destilado solidão
amigo do mar.
sopra a maresia
as condolências
pobre soldado
rendido
traído pela dor
traidor pelo amor
plausível ao gozo
dispensável
como castelos
que o mar vem brincar.
as condolências
pobre soldado
rendido
traído pela dor
traidor pelo amor
plausível ao gozo
dispensável
como castelos
que o mar vem brincar.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Entenda meu amor,
somos mamíferos diurnos,
temos medo da escuridão,
da morte,
dos mortos.
Meu amor, ainda temos
tempo, ou mórbidos sonhos?
ainda acreditamos?
passeamos entre os cosmos?
e se houver escuridão?
e se as lágrimas negras nos inundar?
Meu amor e se nosso medo apagar?
ainda teremos medos?
apenas sonhos mórbidos?
somos mamíferos diurnos,
temos medo da escuridão,
da morte,
dos mortos.
Meu amor, ainda temos
tempo, ou mórbidos sonhos?
ainda acreditamos?
passeamos entre os cosmos?
e se houver escuridão?
e se as lágrimas negras nos inundar?
Meu amor e se nosso medo apagar?
ainda teremos medos?
apenas sonhos mórbidos?
O vento
O vento me soprou entrelinhas
a chuva me sussurrou teus segredos
nosso riso virou um poema
Bobeira!
Nas poças flutuavam nuvens
Pegadas no tapete de barro
Nossos pedaços no chão
Parada!
Avisto os prados
o céu mostrando a estrada
Cavalos dançam mostrando seus potros
Frescura!
O vento não parou de soprar
bobeiras, paradas e frescuras.
a chuva me sussurrou teus segredos
nosso riso virou um poema
Bobeira!
Nas poças flutuavam nuvens
Pegadas no tapete de barro
Nossos pedaços no chão
Parada!
Avisto os prados
o céu mostrando a estrada
Cavalos dançam mostrando seus potros
Frescura!
O vento não parou de soprar
bobeiras, paradas e frescuras.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Elegia à Silvério
Nada impede em sua prosa
roçar letras
Da maquinaria
meio fios de águas lamentas
lamenta
chora baixinho
melódica poesia
na retina
retira
rabisca em ângulos e graus
polígonos e esferas
engrenagens projetadas nas vísceras
Poemas tóxicos das putas
esquinas
esquivas entreolhares
fermentado no sangue
nos retângulos círculos
copos sedendentos,
gênios famintos
Pescadores preparam a rede
poeta prepara a mente
Sonha inconsciente
ciranda, a cirandar
roçar letras
Da maquinaria
meio fios de águas lamentas
lamenta
chora baixinho
melódica poesia
na retina
retira
rabisca em ângulos e graus
polígonos e esferas
engrenagens projetadas nas vísceras
Poemas tóxicos das putas
esquinas
esquivas entreolhares
fermentado no sangue
nos retângulos círculos
copos sedendentos,
gênios famintos
Pescadores preparam a rede
poeta prepara a mente
Sonha inconsciente
ciranda, a cirandar
sábado, 7 de agosto de 2010
Nada Impede
Sou disciplinado no inverno,
ou pelo menos tento.
Tinha aula pela manhã,
Tinha aula pela manhã,
nem quis sair...
Estou mais introspectivo,
Estou mais introspectivo,
nada de abusivas baladas,
as férias já saturaram!
Lembrei de ti ontem,
Lembrei de ti ontem,
tive uma aula magnífica sobre métodos ABNT,
connversamos um pouco sobre conhecimento,
positivismo, verdade absoluta, relativa.
Papo bem filosófico.
Nos vemos.
Nos vemos.
Até...
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
cores de domingo
Meus dias andam cizentos. Talvez sinto falta de algo que fazia tão bem ano passado: poesia.
Fazíamos sarais, debatíamos, acrescentávamos e isto no dava um fullgás para os dias.
Ríamos das tristezas, chorávamos das nossas alegrias. E hoje já não há uma disposição, os dias eternizam cinzentos. Sarais e oficinas estão guardados juntos aos lápis que coloriam os dias, preenchiam as horas e assinavam amores.
No meu íntimo, papéis de pardos/amassados,encontro a descrição de um desses dias:
O tempo não estava ensolarado, mas isto para nós, não fazia diferença. Havia um vento sul que era capaz de impulsionar meus sonhos para mais mirabolantes lugares.
Chegamos ofegantes e temerosos com que poderia acontecer naquela tarde. Eis a primeira surpresa: um corpo rígido, verticalizado, ora dançando, ora flutuando, brincando no ar. "Incrível, precisamos praticar isto também" comentei com meu amigo que observava admirado.
O dono do corpo sente nossa presença e volta num sobressalto. Seu corpo, horizontaliza, e nos recebe, como sempre, harmoniosamente. Nos oferece tapetes e pede para que nós repousemos nossos respectivos corpos.
Meu dorso no chão, já era grama, a grama realizava fotossíntese para mim. Anseios, medos, virtudes e fraquezas eram desconhecidos ali. Acontecia uma dança simbiótica entre eu, ar, tempo, dimensão.
http://www.rainbow-children.org/
domingo, 1 de agosto de 2010
sábado, 31 de julho de 2010
poema metrafísico
Feche os olhos
veja
Escreva
Teu desejo discreto.
Um bocado de palavras
papel angustiado
Instante de silêncio
Coração atribulado.
veja
Escreva
Teu desejo discreto.
Um bocado de palavras
papel angustiado
Instante de silêncio
Coração atribulado.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Presente de Petrillo Miranda
Petrillo Miranda, amigo de longa data, me presenteou com um poema, ou melhor um vômito como ele mesmo denomina. Para quem o segue no blog, seus textos com muita sacada de humor e poesia. Este um pouco mais sério, mas com a mesma propriedade: rico de poesia.
“Oh, cara!”
Não fique de cara.
Você é um cara legal.
Não saiba de nada. Tem gente que sabe demais.
Espere o vento, e sinta que ele não sabe fazer mal.
Sinta na cara, que você é um cara legal.
Não fique de cara.
Dê sua cara a tapa e veja que não é imoral.
Mande uma carta e leia em voz baixa.
Quem é que sabe a verdade?
Quando que na verdade todo mundo só acha.
Não seja sacana e sinta na cara:
Que além de não dever ficar de cara, você é um cara legal.
Mais textos no blog http://www.petrillo.miranda.zip.net/
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Mentira
escritas num guardanapo
prescritas como remédio
Contruida letra por letra
sentença em sentença
cretinos corações pobres
miríade de compaixão
como farinha no moinho
pensamentos pesados
exaustos
esperando um fim
princípio
falésia, hiprocrisia
todas verteram dos olhos
copos profetizam tal sanidade
goles secos de amor
amargos,
afagados
-nada
como provérbios
belos e incompreensíveis.
felicitações num vácuo de egoísmo
fenda-ônus.
escritas num guardanapo
prescritas como remédio
Contruida letra por letra
sentença em sentença
cretinos corações pobres
miríade de compaixão
como farinha no moinho
pensamentos pesados
exaustos
esperando um fim
princípio
falésia, hiprocrisia
todas verteram dos olhos
copos profetizam tal sanidade
goles secos de amor
amargos,
afagados
-nada
como provérbios
belos e incompreensíveis.
felicitações num vácuo de egoísmo
fenda-ônus.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Perfil
Perguntam quem sou:
Fui
Sou
Serei qualquer forma de amor
quando a dor açoitar o peito
vomito poesia.
Fui
Sou
Serei qualquer forma de amor
quando a dor açoitar o peito
vomito poesia.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
partitura
Ré
Como no tango
Entrelaçou seu perfume
Sol
Peguei em seu pescoço
Pecamos
Si
Ousamos
Pernas, braços
Fá
Rígidos
Amando
Lá
Amantes
Corpos flutuando
Dó
Dançávamos sobre nosso sangue
Bebíamos de prelúdios
Mi
Saltávamos de palavra em palavra
Sangrando melodias.
Como no tango
Entrelaçou seu perfume
Sol
Peguei em seu pescoço
Pecamos
Si
Ousamos
Pernas, braços
Fá
Rígidos
Amando
Lá
Amantes
Corpos flutuando
Dó
Dançávamos sobre nosso sangue
Bebíamos de prelúdios
Mi
Saltávamos de palavra em palavra
Sangrando melodias.
domingo, 4 de julho de 2010
segunda-feira, 14 de junho de 2010
carícias de Calipso
Vamos fazer uma falésia
Dominar a esfera
Arquitetar castelo
Que o mar possa tragá-lo
E que possamos construir além disso
Vamos brincar com as galáxias
Pular de estrela em estrela
Esconder nosso medo
Vácuo do espaço
aliviamos a quimera
Vamos sintonizar todas antenas
Nosso flerte
Esqueça do ontem
Vamos bulir o tempo
Segundos,
Perpetuar as horas
Fluidez a era
Que corre pelo ralo.
Dominar a esfera
Arquitetar castelo
Que o mar possa tragá-lo
E que possamos construir além disso
Vamos brincar com as galáxias
Pular de estrela em estrela
Esconder nosso medo
Vácuo do espaço
aliviamos a quimera
Vamos sintonizar todas antenas
Nosso flerte
Esqueça do ontem
Vamos bulir o tempo
Segundos,
Perpetuar as horas
Fluidez a era
Que corre pelo ralo.
domingo, 13 de junho de 2010
Corpo a corpo
Corpos no chão
Agonizando desejo
Corpos pedindo
Partido em leitos
Suplicando piedade
Pedem fria beleza
Corpos esboçam danças
Pedem tormento na alma
Bailam eufóricos
Corpos traçados ao meio
Imploram à genética
Perfeição
Artelhos beliscam
Cadáver jazido
Franco carente
Corpos.
Agonizando desejo
Corpos pedindo
Partido em leitos
Suplicando piedade
Pedem fria beleza
Corpos esboçam danças
Pedem tormento na alma
Bailam eufóricos
Corpos traçados ao meio
Imploram à genética
Perfeição
Artelhos beliscam
Cadáver jazido
Franco carente
Corpos.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
defeitos são morangos saborosos
Quando pensamos em atração sexual, nos arrebatamos na idéia nos atrai são qualidades do indivíduo em questão. Certo? Está, até que prove ao contrário. Nas teorias, nos primórdios e no mundo selvagem a fêmea prefere o macho que é maior, que traga maior segurança, seja o líder do bando. Levando para nós selvagens racionais, as mulheres preferem homens que se vestem bem (é isso é discutível), que tenho um bom carro, que sejam inteligentes – é, nem sempre isto é critério.
Que me leva a abrir uma discussão, é que, tenho percebido e com experiências pessoais e alheias, que, ultimamente estamos deixando o nosso traço de instinto de lado e os defeitos estão sendo bem mais atrativos. Canções como de Chico Buarque (Sob medida) – para quem gosta de MPB -, Lady Gaga ‘Bad romance’ – não precisa gostar de nenhum gênero musical, todo dia alguém canta ou deixa um rádio berrando a mais nova música da nova Madonna - , ou até mesmo no hit da banda Calcinha Preta ‘Você não vale nada’ também compartilham a mesma idéia.
Como podemos ser assim, dar asas à amores indulgentes carregados de tantos outros defeitos que arrepiam os pêlos mais escondidos do corpo. Será que nos seduz são as nossas mesmas imperfeições? Uma anedota do inconsciente?
Não são respostas que mudam o sabor destes amores, nem mesmo sua intensidade, são neles que há muito aprendizado. Só o amor causa revoluções em corações aflitos.
Que me leva a abrir uma discussão, é que, tenho percebido e com experiências pessoais e alheias, que, ultimamente estamos deixando o nosso traço de instinto de lado e os defeitos estão sendo bem mais atrativos. Canções como de Chico Buarque (Sob medida) – para quem gosta de MPB -, Lady Gaga ‘Bad romance’ – não precisa gostar de nenhum gênero musical, todo dia alguém canta ou deixa um rádio berrando a mais nova música da nova Madonna - , ou até mesmo no hit da banda Calcinha Preta ‘Você não vale nada’ também compartilham a mesma idéia.
Como podemos ser assim, dar asas à amores indulgentes carregados de tantos outros defeitos que arrepiam os pêlos mais escondidos do corpo. Será que nos seduz são as nossas mesmas imperfeições? Uma anedota do inconsciente?
Não são respostas que mudam o sabor destes amores, nem mesmo sua intensidade, são neles que há muito aprendizado. Só o amor causa revoluções em corações aflitos.
terça-feira, 1 de junho de 2010
Eu, samurai?
Sabores, músicas, cheiros deixam cicatrizes profundas na lembrança.
E por um lado é muito bom, porque quando nossos sentidos são aguçados, o sabor do momento retorna com fragmentos da memória ainda não degustados, deleitáveis instantes.
Pois bem, irei repartir um desses momentos com vocês:
Numa roda de amigos escutávamos ‘Samurai’ de Djavan. Uma música que para alguns não tinha significância nenhum, e alguns até murmuravam que a tal canção era brega, antiga, inaudível, - fico pensando o que é audível para eles - , eis que veio o dia do meu primeiro beijo. O primeiro beijo é sempre cômico.
Minhas pernas tremendo, minha língua rija, os olhos como flechas. Eis que os lábios feriram os alheios e singrei mares ainda desconhecidos. Foi segundos.
Após, abri a boca e vi que tinha pedaços de biscoito na boca, a garota tinha comido um pacote inteiro. Cuspi no chão. Comecei a rir. Sim, nunca tinha recebido comida na boca, salvo de minha mãe. Prometi que nunca mais beijaria na boca, minha jura fracassou.
Mas que tem haver a música? Cheguei em casa no mesmo dia e liguei o rádio, estava lá, Djavan me avisando que uma nova fase está chegando, seria eu um serviçal do amor, embora eles cretinos... ‘Mas eu tô tão feliz!/Dizem que o amor/Atrai...’
E por um lado é muito bom, porque quando nossos sentidos são aguçados, o sabor do momento retorna com fragmentos da memória ainda não degustados, deleitáveis instantes.
Pois bem, irei repartir um desses momentos com vocês:
Numa roda de amigos escutávamos ‘Samurai’ de Djavan. Uma música que para alguns não tinha significância nenhum, e alguns até murmuravam que a tal canção era brega, antiga, inaudível, - fico pensando o que é audível para eles - , eis que veio o dia do meu primeiro beijo. O primeiro beijo é sempre cômico.
Minhas pernas tremendo, minha língua rija, os olhos como flechas. Eis que os lábios feriram os alheios e singrei mares ainda desconhecidos. Foi segundos.
Após, abri a boca e vi que tinha pedaços de biscoito na boca, a garota tinha comido um pacote inteiro. Cuspi no chão. Comecei a rir. Sim, nunca tinha recebido comida na boca, salvo de minha mãe. Prometi que nunca mais beijaria na boca, minha jura fracassou.
Mas que tem haver a música? Cheguei em casa no mesmo dia e liguei o rádio, estava lá, Djavan me avisando que uma nova fase está chegando, seria eu um serviçal do amor, embora eles cretinos... ‘Mas eu tô tão feliz!/Dizem que o amor/Atrai...’
sábado, 29 de maio de 2010
Não presto
Já te disse: ‘não presto’!
Não enquadro nos teus anseios
Tenho liberdade de espírito e
Minha alma é feito vapor,
Mistura-se no ar, entre janelas e cortinas
Te endaguei: ‘não presto’
Por defesa
Por querer-te assim nos
Lapsos de desejos cretinos
Para ter mostrar o mar
Proclamar que somos donos do mundo
Insisto não presto
Pero nosostros juntos hacemos
Lo tiempo quedar tranquilo mismo
El mundo aborrido
Acredite: não presto
Seus entes, ventres de grains de beuté(grãos de beleza)
Exitarão, profetizaram minha
Fama profana
Então,
Deleite no meus olhos
Beije-me e não se importe: ’não presto’.
Não enquadro nos teus anseios
Tenho liberdade de espírito e
Minha alma é feito vapor,
Mistura-se no ar, entre janelas e cortinas
Te endaguei: ‘não presto’
Por defesa
Por querer-te assim nos
Lapsos de desejos cretinos
Para ter mostrar o mar
Proclamar que somos donos do mundo
Insisto não presto
Pero nosostros juntos hacemos
Lo tiempo quedar tranquilo mismo
El mundo aborrido
Acredite: não presto
Seus entes, ventres de grains de beuté(grãos de beleza)
Exitarão, profetizaram minha
Fama profana
Então,
Deleite no meus olhos
Beije-me e não se importe: ’não presto’.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Sons
Eco.
Pum, blum,tum.
Repercute a cada suspirada.
Indiscutível.
Goteira que busca uma sonoridade.
Observo em minhas vísceras minhas maiores mentiras.
Reconheço no ventre, meus inimigos leais.
Respiro.
Acendo mais um cigarro e peço a próxima vítima,sorrindo.
Pergunto nome, abocanho alma.
Pum, blum,tum.
Repercute a cada suspirada.
Indiscutível.
Goteira que busca uma sonoridade.
Observo em minhas vísceras minhas maiores mentiras.
Reconheço no ventre, meus inimigos leais.
Respiro.
Acendo mais um cigarro e peço a próxima vítima,sorrindo.
Pergunto nome, abocanho alma.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
entre linhas
Entre o traço
Passo
Surgi palavra
Palavra falada
Palavra chorada
Palavra que peca
Que jura amor
Palavra manhosa
Sem mera culpa
Só palavra.
Passo
Surgi palavra
Palavra falada
Palavra chorada
Palavra que peca
Que jura amor
Palavra manhosa
Sem mera culpa
Só palavra.
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Jefté II
Cigarro jaze no cinzeiro.
Ele jura ser o último, pelo menos naquela noite.
O whisky e o cubos de gelo se fundem em desejo.
Ele espreita a moça, outrora recatada, apenas exibia seu corpo na travessa, como o açogueiro que coloca no balcão a melhor carne.
Agora ela transborda malícia em seus olhos e sua carne, já tenra.
Tomou num gole só, pegou-a pela mão.
Entrou no táxi.
Ele jura ser o último, pelo menos naquela noite.
O whisky e o cubos de gelo se fundem em desejo.
Ele espreita a moça, outrora recatada, apenas exibia seu corpo na travessa, como o açogueiro que coloca no balcão a melhor carne.
Agora ela transborda malícia em seus olhos e sua carne, já tenra.
Tomou num gole só, pegou-a pela mão.
Entrou no táxi.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Jefté
Acontece.
Toda noite ainda ele ainda a procura. Lê os mesmos livros, escuta as mesmas músicas. Volta e meia suas narinas são feridas pela fragrância. Pensamentos desatam a sorrir. Mas, em meros segundos retorna oco. Saltam carícias pela brisa.
Mais só, afoga saudade no bar que faz viés com sua obsessão.
Toda noite ainda ele ainda a procura. Lê os mesmos livros, escuta as mesmas músicas. Volta e meia suas narinas são feridas pela fragrância. Pensamentos desatam a sorrir. Mas, em meros segundos retorna oco. Saltam carícias pela brisa.
Mais só, afoga saudade no bar que faz viés com sua obsessão.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
terça-feira, 20 de abril de 2010
Astros
Mundo azul
Medo desaguados
Vertendo do abismo
Alma
Liberta teu eu
Desprende meu breu
Vista personagem
Como poeta, finja dor
Implore clemência
Um amor.
Medo desaguados
Vertendo do abismo
Alma
Liberta teu eu
Desprende meu breu
Vista personagem
Como poeta, finja dor
Implore clemência
Um amor.
sábado, 17 de abril de 2010
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Esconderijo
Selva rala.
Latas que escorriam tintas.
Acrílicas, talvez.
Pneus velhos, garrafas de vodca,quebradas.
Garrafas pets.
A casa fazia chão.
Tijolo, concreto.
Ferro com cicatrizes profundas.
Azulejo, eles sonhavam.
Diziam estrelas.
Latas que escorriam tintas.
Acrílicas, talvez.
Pneus velhos, garrafas de vodca,quebradas.
Garrafas pets.
A casa fazia chão.
Tijolo, concreto.
Ferro com cicatrizes profundas.
Azulejo, eles sonhavam.
Diziam estrelas.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
segunda-feira, 29 de março de 2010
Merda!
Nem a loucura do amor
Da maconha, do pó
Do tabaco e do álcool
Vale a loucura do ator
Quando abre-se em flôr
Sobre as luzes no palco...
Bastidores, camarins
Coxias e cortinas
São outras tantas pupilas
Pálpebras e retinas...
Nem uma dôce oração
Nem sermão, nem comício
A direita ou à esquerda
Fala mais ao coração
Do que a voz de um colega
Que sussurra "merda"...
Noite de estréia, tensão
Medo, deslumbramento
Feitiço e magia
Tudo é uma grande explosão
Mas parece que não
Quando é o segundo dia...
Já se disse não
Foi uma vez
Nem três, nem quatro
Não há gente, como a gente
Gente de teatro
Gente que sabe fazer
A beleza vencer
Prá além de toda perda...
Gente que pôde inverter
Para sempre o sentido
Da palavra "merda"
Merda! Merda prá você!
Desejo
Merda!
Merda prá você também
Diga merda e tudo bem
Merda toda noite
E sempre a merda....
CAETANO VELOSO.
Da maconha, do pó
Do tabaco e do álcool
Vale a loucura do ator
Quando abre-se em flôr
Sobre as luzes no palco...
Bastidores, camarins
Coxias e cortinas
São outras tantas pupilas
Pálpebras e retinas...
Nem uma dôce oração
Nem sermão, nem comício
A direita ou à esquerda
Fala mais ao coração
Do que a voz de um colega
Que sussurra "merda"...
Noite de estréia, tensão
Medo, deslumbramento
Feitiço e magia
Tudo é uma grande explosão
Mas parece que não
Quando é o segundo dia...
Já se disse não
Foi uma vez
Nem três, nem quatro
Não há gente, como a gente
Gente de teatro
Gente que sabe fazer
A beleza vencer
Prá além de toda perda...
Gente que pôde inverter
Para sempre o sentido
Da palavra "merda"
Merda! Merda prá você!
Desejo
Merda!
Merda prá você também
Diga merda e tudo bem
Merda toda noite
E sempre a merda....
CAETANO VELOSO.
segunda-feira, 8 de março de 2010
Batuqueira
Seus olhos convidam
Gingar nos lábios
Donzela
Batuca
Cutuca corações com os pés
Maria, Joana,
Pouco importa
Dança com doutores,
Marceneiros, traficantes
Sem pedir licença desatina embora
Perdura apenas perfume
Entre os dedos
Pertencentes do seu candomblé
Adeus
Seu samba rasgado
Deixa a alma sorrindo
E o coração em pedaços.
Gingar nos lábios
Donzela
Batuca
Cutuca corações com os pés
Maria, Joana,
Pouco importa
Dança com doutores,
Marceneiros, traficantes
Sem pedir licença desatina embora
Perdura apenas perfume
Entre os dedos
Pertencentes do seu candomblé
Adeus
Seu samba rasgado
Deixa a alma sorrindo
E o coração em pedaços.
quarta-feira, 3 de março de 2010
Exaltação ao boteco
Há toda uma cultura no boteco.
Reside poesia, amores, política
No boteco não há receios,
pode falar alto,
subir no balcão,
montar uma revolução,
berrar palavrão
com cigarro na mão,
dizer coisas do coração,
contar em que esquina deixou um amor,
vida habitada com fervor.
E se embriaguez pegar,
reclame com o garçon,
articule que a cerveja tá quente,
peça um cinzeiro
as cinzas levam lágrimas econdidas na alma.
Reside poesia, amores, política
No boteco não há receios,
pode falar alto,
subir no balcão,
montar uma revolução,
berrar palavrão
com cigarro na mão,
dizer coisas do coração,
contar em que esquina deixou um amor,
vida habitada com fervor.
E se embriaguez pegar,
reclame com o garçon,
articule que a cerveja tá quente,
peça um cinzeiro
as cinzas levam lágrimas econdidas na alma.
domingo, 24 de janeiro de 2010
Solilóquio
Entre alma e eu
Precipício
Lacuna rara
Torna real em noite de luares
Céu nublado
entre eu
Rio solidão engole
eu desconhecido.
Precipício
Lacuna rara
Torna real em noite de luares
Céu nublado
entre eu
Rio solidão engole
eu desconhecido.
domingo, 10 de janeiro de 2010
Amor de um verso só.
Em rede de fino linho
Busco-a no céu
Lágrima diamante(enviada divina)
Divisa manto negro precioso
Olhos sonoros teus
Devora a memória
Deito nas linhas
Permito as palavras sonhar nosso fado
Elas cantam enredos
Eu Pierrot
Teus lábios Colombina
Nosso amor Arlequim
Laceram a pele
Fervura na língua
Roça verbos de Neruda
E quando o universo teus olhos colorir
Desenho do nosso amor perpetuará
Num verso só.
Luís Gustavo de Oliveira
Busco-a no céu
Lágrima diamante(enviada divina)
Divisa manto negro precioso
Olhos sonoros teus
Devora a memória
Deito nas linhas
Permito as palavras sonhar nosso fado
Elas cantam enredos
Eu Pierrot
Teus lábios Colombina
Nosso amor Arlequim
Laceram a pele
Fervura na língua
Roça verbos de Neruda
E quando o universo teus olhos colorir
Desenho do nosso amor perpetuará
Num verso só.
Luís Gustavo de Oliveira
sábado, 9 de janeiro de 2010
Iniciamos 2010 sedentos de arte e alimentando-nos da herança de Dionísio.
Primeira apresentação da peça sonhadora e de linguagem futurista no Pátio das Artes. Um desafio por não ser um local apropriado (agora é) para atuação linear em termos de voz e alguns impecilhos do tempo.
Conseguimos e o feedback foi impressionante.
Por sermos da prata da casa muitas vezes somos menosprezados e a grama do vizinho é sempre mais verde.
Em resposta ao nossos receios: foi aprovada pelo público consumidor da arte viva.
Viva Dionísio, Bacantes e arte viva que transborda e dá visão àqueles que ainda vêem e insistem fantasiar e saborear a vida com mais paradoxo.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
A peça Fala Comigo... , é uma das mais importantes do dramaturgo americano Tennessee Williams. É uma síntese do que o autor usa como tema em suas obras: solidão, incapacidade de ser feliz e desilusão com o amor.
Um jovem casal expõe suas vidas em solilóquios paralelos, suas experiências e seus sonhos. O doce sonho do amor, da união, do casamento, esmagado pelos vícios e frustrações. Os personagens conversam com delicadeza, mas não escondem o desespero.
A peça provoca um sentimento de compaixão por seus personagens, porque neles vimos nós mesmos, nossos problemas e recalques. A peça é um espelho que cada um projeta a si próprio
Elenco composto por Luís Gustavo de Oliveira e Franciele Cereja com direção de Tiago Mello, todos residentes em Torres, estarão se apresentando nos dias 8 (Pátio das Artes), 20 e 27 de Janeiro e 3 de Fevereiro na Casa de Cultura para todo os públicos, representando a cultura local.
A peça conta com o apoio do Pátio das Artes e Prefeitura Municipal.
FICHA TÉCNICA
Texto:
Tennessee Williams
Atores:
Franciele Cereja
Luís Gustavo de Oliveira
Direção e Sonoplastia:
Tiago Dias de Mello
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