segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Perdi-me entre meus eus
Trânsito caótico
Eu aqui
Eu acolá
Todos querendo samba
Samba torto
E na manhã
deixam pegadas na areia
Que o mar insiste beijar.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Entenda meu amor,
somos mamíferos diurnos,
temos medo da escuridão,
da morte,
dos mortos.
Meu amor, ainda temos
tempo, ou mórbidos sonhos?
ainda acreditamos?
passeamos entre os cosmos?
e se houver escuridão?
e se as lágrimas negras nos inundar?
Meu amor e se nosso medo apagar?
ainda teremos medos?
apenas sonhos mórbidos?

O vento

O vento me soprou entrelinhas
a chuva me sussurrou teus segredos
nosso riso virou um poema
Bobeira!
Nas poças flutuavam nuvens
Pegadas no tapete de barro
Nossos pedaços no chão
Parada!
Avisto os prados
o céu mostrando a estrada
Cavalos dançam mostrando seus potros
Frescura!
O vento não parou de soprar
bobeiras, paradas e frescuras.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

deixo a loucura tomar conta de mim
aos poucos sinto o tímpano me dizer
minha língua escutar
Fala manhosa do pecaminoso olhos.

Elegia à Silvério

Nada impede em sua prosa
roçar letras
Da maquinaria
meio fios de águas lamentas
lamenta
chora baixinho
melódica poesia
na retina
retira
rabisca em ângulos e graus
polígonos e esferas
engrenagens projetadas nas vísceras
Poemas tóxicos das putas
esquinas
esquivas entreolhares
fermentado no sangue
nos retângulos círculos
copos sedendentos,
gênios famintos
Pescadores preparam a rede
poeta prepara a mente
Sonha inconsciente
ciranda, a cirandar

sábado, 7 de agosto de 2010

Nada Impede


Sou disciplinado no inverno,
ou pelo menos tento.
Tinha aula pela manhã,
nem quis sair...
Estou mais introspectivo,
nada de abusivas baladas,
as férias já saturaram!

Lembrei de ti ontem,
tive uma aula magnífica sobre métodos ABNT,
connversamos um pouco sobre conhecimento,
positivismo, verdade absoluta, relativa.
Papo bem filosófico.
Nos vemos.

Até...

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

cores de domingo

Meus dias andam cizentos. Talvez sinto falta de algo que fazia tão bem ano passado: poesia.
Fazíamos sarais, debatíamos, acrescentávamos e isto no dava um fullgás para os dias.
Ríamos das tristezas, chorávamos das nossas alegrias. E hoje já não há uma disposição, os dias eternizam cinzentos. Sarais e oficinas estão guardados juntos aos lápis que coloriam os dias, preenchiam as horas e assinavam amores.
No meu íntimo, papéis de pardos/amassados,encontro a descrição de um desses dias:

O tempo não estava ensolarado, mas isto para nós, não fazia diferença. Havia um vento sul que era capaz de impulsionar meus sonhos para mais mirabolantes lugares.
Chegamos ofegantes e temerosos com que poderia acontecer naquela tarde. Eis a primeira surpresa: um corpo rígido, verticalizado, ora dançando, ora flutuando, brincando no ar. "Incrível, precisamos praticar isto também" comentei com meu amigo que observava admirado.
O dono do corpo sente nossa presença e volta num sobressalto. Seu corpo, horizontaliza, e nos recebe, como sempre, harmoniosamente. Nos oferece tapetes e pede para que nós repousemos nossos respectivos corpos.
Meu dorso no chão, já era grama, a grama realizava fotossíntese para mim. Anseios, medos, virtudes e fraquezas eram desconhecidos ali. Acontecia uma dança simbiótica entre eu, ar, tempo, dimensão.

Texto que fiz a Fabrício, fundador da Nomadic University que tanto acresceu em nós.
http://www.rainbow-children.org/ 

domingo, 1 de agosto de 2010

num instantes.
quase nada.

foi num sorriso, num preciso amor.
quase nada.

respirou fundo. num gesto justo.
fitou, vetou, velou.
a vale deusa marinha, iemanjá, do mar.