Nem a loucura do amor
Da maconha, do pó
Do tabaco e do álcool
Vale a loucura do ator
Quando abre-se em flôr
Sobre as luzes no palco...
Bastidores, camarins
Coxias e cortinas
São outras tantas pupilas
Pálpebras e retinas...
Nem uma dôce oração
Nem sermão, nem comício
A direita ou à esquerda
Fala mais ao coração
Do que a voz de um colega
Que sussurra "merda"...
Noite de estréia, tensão
Medo, deslumbramento
Feitiço e magia
Tudo é uma grande explosão
Mas parece que não
Quando é o segundo dia...
Já se disse não
Foi uma vez
Nem três, nem quatro
Não há gente, como a gente
Gente de teatro
Gente que sabe fazer
A beleza vencer
Prá além de toda perda...
Gente que pôde inverter
Para sempre o sentido
Da palavra "merda"
Merda! Merda prá você!
Desejo
Merda!
Merda prá você também
Diga merda e tudo bem
Merda toda noite
E sempre a merda....
CAETANO VELOSO.
segunda-feira, 29 de março de 2010
segunda-feira, 8 de março de 2010
Batuqueira
Seus olhos convidam
Gingar nos lábios
Donzela
Batuca
Cutuca corações com os pés
Maria, Joana,
Pouco importa
Dança com doutores,
Marceneiros, traficantes
Sem pedir licença desatina embora
Perdura apenas perfume
Entre os dedos
Pertencentes do seu candomblé
Adeus
Seu samba rasgado
Deixa a alma sorrindo
E o coração em pedaços.
Gingar nos lábios
Donzela
Batuca
Cutuca corações com os pés
Maria, Joana,
Pouco importa
Dança com doutores,
Marceneiros, traficantes
Sem pedir licença desatina embora
Perdura apenas perfume
Entre os dedos
Pertencentes do seu candomblé
Adeus
Seu samba rasgado
Deixa a alma sorrindo
E o coração em pedaços.
quarta-feira, 3 de março de 2010
Exaltação ao boteco
Há toda uma cultura no boteco.
Reside poesia, amores, política
No boteco não há receios,
pode falar alto,
subir no balcão,
montar uma revolução,
berrar palavrão
com cigarro na mão,
dizer coisas do coração,
contar em que esquina deixou um amor,
vida habitada com fervor.
E se embriaguez pegar,
reclame com o garçon,
articule que a cerveja tá quente,
peça um cinzeiro
as cinzas levam lágrimas econdidas na alma.
Reside poesia, amores, política
No boteco não há receios,
pode falar alto,
subir no balcão,
montar uma revolução,
berrar palavrão
com cigarro na mão,
dizer coisas do coração,
contar em que esquina deixou um amor,
vida habitada com fervor.
E se embriaguez pegar,
reclame com o garçon,
articule que a cerveja tá quente,
peça um cinzeiro
as cinzas levam lágrimas econdidas na alma.
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