domingo, 18 de novembro de 2012

Deus é um caralho grande

Deus é um caralho grande,
Gigante,
 que seu gozo escorreu
nas entranhas
do mundo
As trabéculas da terra
o sêmen brotou
a terra sucumbe
Humanidade
Numa maça mordida
O coito do Deus respinga
na face
Tanta lúxuria
Pérolas rolaram aos
Cães faminto
Saboroso saber.
Hoje vejo os pastores
prometendo tirar
os filhos das drogas
A cartomante um novo amor
O padre ainda vende indulgência
E eu prometo
Nesse último cigarro
Parar de beber.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Poemeto de papel

Feche os olhos
Veja
Teu desejo mais discreto
Escreva
Num bocado de palavras
Ao papel esfomeado
Tire do coração travas
E aí jaz
Peito atribulado.


sábado, 22 de setembro de 2012

Joice


Acreditei no ditado
O samba está perdido
Te encontrei
Tantos sorrisos tímidos
em que a percussão
fazia o tom
a viola reclamava
enquanto era afinada
a mesa,
ah mesa, cheia de batuques
entre os copos
cheios de cerveja
certezas jogadas foras
boa canção
faziam-se lábios
e a melodia não era mais de
ninar.
Fazia dia
E os passos eram só guiar
As tranças eram pernas
que desenham o azulejo
E me embalava nos seus olhos
Pedia vilmente
mais uma cerveja
Garçonete
das pernas roliças
dum colo pôr do sol.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Quartinho


Calo a boca
Boca fala

A lingua roça
O céu seca
O verbo só quer
Viver

Tanto amor rimando com dor
Tanto sexo chamado saudade

Não há nada contra a natureza
Se o real instinto
Desejo unham a carne
Vaze

Abro o carteado

Há veracidade
nas voltas do mundo
Mas prefiro suas mais belas mentiras

Cheia de rima
Lógico jogral
Sem deixar o ser
Ser.

domingo, 9 de setembro de 2012

Recanto


Entre os dedos
Desejo
Cigarro nos lábios
Inda canto uma canção
Muda
Dançamos aquela
O garçom
na sua vontade
Conta
Não conta comigo
Falo e calo
fez sangrar
O cantor segue
Baile
Os saltos batucam
O parquê
A mesma volta
Mesma lua
Nem sempre
Mesmo bolero
Bailando na boca
O ditado é o mesmo
A bunda é a mesma
A oração muda
O samba é torto.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

guardanapo


Amor
Faço amor de guardanapo
Sim
Tentei parar no ato
Porém me divide
Ninguém pouco admite
Fazer amor
No guardanapo

Vento sussurra coisa qualquer
Coisa
Rua afunda
Dentre as praças e;
Desejos cachoeira de lábios
Profetizado
Alá
Fomos
Aonde
Não sei
Fugimos
Prum prazer
Alguns diriam
Sustentável

Num burburim do bar
No desenho do móvel
Ali está
Num cigarro
Beijo e um trago
Ali num regato
Ali num barco
Nos dois sentados
Quase beira mar

Na esquina
Beijo
Dom
Dum escuro
Das cerâmicas
Do pranto
À luz de velas
Assombra
Mentira
Sombra
Descombro
O porto do amor

domingo, 12 de agosto de 2012

Recipiente


Sapiência, geralmente é definida como sabedoria, visto que é a capacidade de um organismo ou entidade para agir segundo um julgamento. Julgamento é uma facilidade mental que constitui-se numa forma particular de inteligência.

Quem é Homo Sapiens Sapiens?

Tu? Vós?

Não há Sapiência.

Somos apenas fluidos.

Pena, compaixão a seres ou entidades que são sempre foram acessíveis a fonte, mas agem humano em demasia e poluem a vertente.

Vejo que é como sina ser insignificante, erramos feio em tentar elevar o espírito.

Atrair e ser atraente é reluzente de que sou e não que aparento Hamlet.
Poucos sabem. Poucos?

O elixir do ignorante é se sentir e não ser.

Meus amigos, meus irmãos e alguém que tenha massa cinzenta: não sejamos recipientes, que é muito fácil, sejamos essência, fogo.

Behaviorismo e Skinner aos lacunados de alma?
Continuarei conjugando o verbo ser então?
Alguém pode me responder
?

Mediocridade e a idiotice são independente de valores materiais. São traços do caráter.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

anda trilhos

Precisam-se de andarilhos
que conheçam o sabor
da estrada
precisam-se de vagabundos
que beije os restos e noite
E deguste o sol
Procuram-se andarilhos
que saibam onde são
as esquinas do mundo
O segredo
Que verte
Da vértice da
Lua
Ou na areia branca.



sábado, 4 de agosto de 2012

choupana

Enquanto as igrejas 
trocam de lugar
Pastores gesticulam 
obscenidades
Prometendo a salvação
Padres abençoam
Falos
Frustrados
As meretrizes trocam
Esquinas
Profetizando céu
suas coxas seios
As putas ficam de coração
Indicam o mar de rendas
Quero caminho
Casa e mais um cigarro
Num dia de névoa e calor
Pleno inverno
arrasando bocas.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Mariposa


Arrume a sala
Não esqueça da água nas flores
Limpe o espelho
Ainda há marcas do batom
Refletem
Não se perca de você
Não superestime o dinheiro
Ter e ser nunca andarão juntos
Acorde cedo e curta o dia
Continue olhando as estrelas
Trilhando nas constelações
Brincando com a lua
Veja o mar pelo menos uma vez ao dia
Pode conversar
Ele sabe muito de nós
Fotografe, pinte, poetize
Com o púrpura fim da tarde
A nossa velha amiga vênus
Não grite com você
Não escute seus monstros
Se ouça
Não se culpe demais
Fure a onda
Mas não loteie o oceano
As vezes é bom deixar  louça
 juntar um pouco mais
Cozinhe, cante samba
Vá ao cinema
Fume menos
Veja o nascer do sol
Ande descalço na areia
E observe suas pegadas
Escreve na areia molhada
Seu segredo mais íntimo
E deixe que espuma roube de você.
Dance
Solte os cabelos
Ficam lindos despretensiosos
Ame, mas se ame primeiro
A vida é tão curta
Para não nos permitirmos
Por isso voe alto e sem medo
Quando sol contrair
Saiba a hora de voltar.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Garrafa

A garrafa de vinho
do lado da cama
A personagem deitada 
fumando um cigarro
Pensando na vã filosofia
Ocidental.
De fato cada tijolo
Construção da máscara
Foram as pedradas
Levada.







Foto:Ruben Bagatello

mão e luva


Vácuo no peito é que você está sentindo agora
vendo em meio a tantos a 'lembra?'
inútil dizer ou falar o sentir
Justificar o vácuo no peito
algo incluso em sua poesia
vácuo no peito é se sentir amada por alguém que mente
de fato sente mas não é poeta
não sente
o vácuo no peito dói
e a anestesia de um amor inventado pelo
descobrimento da américa é uma farsa
logo verás que o teu velho par
foge a luta
Sempre fugiu.
Podres, com vácuos e lacunas profundas
cicatrizes áridas que uma pobre fiesta
não cumpre o papel
Há uma compaixão
Pena, de fato um vácuo no peito
não é fantasiia
é vazio, que tanto adias sentir
Entre arrastões e ou fingimentos de orgasmo
Pobre, enfadado a sentir o mesmo controle
do que não sentes
não amas, prevê o fim
Podre e pobre a pena de quem faz fingimento
A interpretação e interpelação é melhor.
O vácuo no peito tenta entender todos os filmes
e reescrever todos poemas e o pobre cruel amante
pensa ser.
Pobre pobre pobre
como tu, que em fetiche
reinvennta tal qual e fustra
Vácuo no peito é que fantasia
o amor que verás sente
Numa canalização atribulada
que levará ao verdadeiro luto
negro e sofrido.
Sinto de fato coração bater
alma abrir para um pobre e vazio
mas sempre floresce paz ente nós.
Fora isso é insegurança num mundo que desejas
e que é só seu.
Um pena.... Galinha ou pavão,
é o peso que tens
além do vácuo no peito.
Água ou simplesmente fluido
não minta a si, sinta
que foi falho
falho e pouco lúcido
mas também se vanglorie
a sempre uma água para um fustrado cantil
Os arcos mais implícitos
Em que quis demonstrar e que preservamos até então
foram postos em constução
de fato são lindos
sua assinatura é bárbara
poderia ser melhor se de fato fosse em primeira pessoa
e não escondida em segundos nomes ou vontades.
Ah, combinações
Prestações senxuais em mastros
em que tentas justificar
Ouvirão dizer dizer que sim
Mas o silêncio sopressai
em tuas ventas que pensas ser ganhas
pelo fogo eterno ainda hão de queimá-lo
assim como eu,
como quem não quer nada perguntará
a razão de um fim de semana qualquer.
O filme, a poesia, o drink e a filosofia barata
serão baratas e quem
você tem nojo.
Covardia.
Expurgo então
qualquer forma de libertação sagregadas
e partimos daí
uma subjeção má entendida pór ti
talvez o tirocínio da convicção da medicriodade
irá tirar seu sono.
Em seu lugar estará o que deveras e senta
E não chegaremos então.

domingo, 15 de julho de 2012

Cidade Baixa

A casa
Os saltos
as saias
Saída
nem tudo são
que parece ser
A fila
A arquitetura
Um segredo
Um lógica Picasso
Ingresso
Porta dentro
Camarotes
Combos
Absolute
Absolutamente
Sorrio e aceno
Num puro Lewis Carroll
Vejo tantas
Anäis Nin
Projeta e refere
Não sente a quão
Efemeridade da dor
Se é que tem
O duto do tempo
Fluente correnteza
Como a tempestade
Copo de vodca com gelo
Plenamente saborosa
Mas não liberta nem deixa fluir
A lua e as marés
O Lounge
As saias
Saída
Onde é a entrada?
Violões
Tantos veludos
dizendo
Vozes
Monges
Pedindo trocados
Pouca atenção
cinquenta centavos
Olhada no carro
Ah, o tempo não perdoa
A sedução
Ambulante mostrando conteúdo
Musical
As meretrizes, moças, donzelas
Um cigarro canto de boca
e um pedalar Henry Miller
Mostram o samba
da Cidade Baixa.

terça-feira, 10 de julho de 2012

duas velas, quatro mãos, um veleiro fiam o mar..



Baile de teias
um desfiar de uma teia
sutilmente
que balança 
e dança com o que não quer ser 
nas tuas mãos
é confiar
e deixar ser navegado
vi movimentos de maestro
de criança
num barco que
se mexe
mas não se entrega
nega
o olhar cruzado
é o baile de velas
que no seu ventre
faz inflar
imitando a vida
explodindo o destino
O fiar, o vento, a proa
Terra à vista
avisa novo caminhar...
de deixar ali quietinho coração
emaranhado na voz doce
da canção.



No mastro e navegação Renata Guadagnin


Fábulas


Sempre foge acolá
As palavras dançam no papel
Tantas transpirações
Poemas acrobáticos
Insinuações ou apenas
apelo sexual
Não sei
As palavras fazem
(seu papel)
Criam os sulcos
No encéfalo só para
Caber no cálice de ossos
Atlás e Axis sabem
O quão pesado são as palavras.
A caneta morde o papel
Desrepeita o pobre amontoado de celulose
As curvas em alta velocidade
Tatuam esferas esferográficas
Esses dias teve acidente
O caso em si
A caneta colidiu no papel
Sem meias palavras
Sangrando-o
Não teve nenhuma vítima fatal
Além do poeta
Boquiaberto
Com a metáfora
que dentro fugiu
Mil folhas
Perdido entre prateleiras de um
Sebo qualquer.

domingo, 10 de junho de 2012

Corpo é cura



























O corpo é cura
O corpo é poesia
O corpo é loucura
O corpo é alegria
O corpo é samba
Gingado e melodia
O corpo é vestido
Que dança no varal
O corpo é momento
O corpo é lamento
O corpo é descanso
E deita quem eu amo
O corpo é força
O corpo é passo
Que nos une
O corpo é solitude
Que nos torna pleno
O corpo é  silencio
Que pulsa
O corpo é cura.

sábado, 2 de junho de 2012

Janelas



Amor abra a janela

solte a fera dos olhos


A ingenuidadeda ilusão óptica

Entre os pontos a linha o raio 

Há uma íris noturna

Partida


Sua finalidade subta

Subtrai a verocidade 

O esvair do tempo


Amor só abra a janela

para soltar sua fera.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Pronomes


Pronomes

Dono de tudo é apelido
É meu umbigo
E logo a ela
 insisto dizer
é meu
Sendo seu
É Teu?
Ruma a ela
Amor plebeu
E eu
sou ele
Que sempre diz:
‘Amor pode adormecer breu
Mas quem disse que morreu?’
Em conclusão
Seremos eu e ela
 Foliões
Minha Colombina
Seu Alerquim
Alguns condões
Ficaremos assim
 alecrim.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Ver-me


O traço, o cansaço,
o desprezo, o erro e
mais um passo,
atrás, de trás, atrasa,
atravessa
o traço da trilha,
e o caminho?
No chão carmin
Onde orvalho nascente
Pés já fazem parte do barro
Sinto-me preso a alguma estória
(história?)
Não sei.
Contaram-me  - coisas de cigana -
Que minha carne é de carnaval
Que meu coração é igual
Respondo irresponsavelmente ser
Lua.
Já é vespertino
O céu desdobra vermelho
‘Como o caramelo nos lábios
De uma deusa louca’
Meu sangue pulsa
Faz desistir
Um limite
imaginário que volta e meia
surripia meu ar
'-Nos condicionamos em esteriotipar as pessoas. Não sabemos quem elas realmente são,mas as rotulamos no que mais nos convém.'
Alguma poesia tóxica 
Que me fermentou tal ideia
Minha poesia é pura esquizofrenia,
conjuga o verbo na melodia.
Minha alma anda nas esquinas e avenidas.
Divergem-se mar.
Eu sou é maresia.