'A peça Fala Comigo Doce Como a Chuva cumpriu seu singelo papel na frágil cultura de Torres. Tirou de casa algumas pessoas no domingo a noite, algo raro por aqui. Não foi o marasmo nem o tédio, a Internet, o Pânico, o Fantástico, e sim a peça que ocupou as mentes vazias sedentas por novidade. Reuniu também velhos amigos. Uma ótima noite para sair de casa e dizer: vou assistir a uma peça de teatro. Mas infelizmente nossa cidade não é para aqueles que querem produzir arte. Sorte que temos bastantes amigos para nos prestigiar, mas a grande massa da população de torres não se interessa pelo trabalho de seus conterrâneos. E talvez não seja culpa deles ou nossa, sei lá. Nossos artistas têm um grande talento e potencial pra fazer coisas grandiosas e revolucionárias, mas paramos na preguiça, no comodismo, na falta de vontade de sair de casa para assistir uma peça de teatro. Vivemos de baladinhas, bebedeiras na praça XV, shows mixurucas, “eventinhos” toscos que a prefeitura promove. Raramente caem de pára-quedas bons grupos de fora, eu sei, tenho que admitir, isso as vezes acontece, mas meia dúzia de pessoas prestigiam. Assim vegetamos todos, uns por vontade própria, outros que não tem alternativa. Nossa realidade é dura e me assusta, por que sei que vou ter que montar peças que não vão passar da estréia. Todos os meus amigos já assistiram e agora é começar tudo outra vez.'
TIAGO DIAS DE MELLO
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
FALA COMIGO DOCE COMO SE FOSSE A CHUVA - visão dos atores
Torres.comCultura conversou com os atores da peça ainda em montagem.
Aqui apenas um trecho da conversa despojada:
Franciele Cereja: Quando li a primeira vez o texto parecia que a peça tinha sido escrita para alguém que eu conheço. Pelas situações, sentimentos soltos no texto.
As coisas que são ressaltadas na peça às vezes são imperceptíveis na retina do cotidiano.
O que mais me toca na peça é sua fantasia.
A vontade da personagem tem de viver seus sonhos é incrível.
Identifico-me com a personagem por ser sonhadora, viajando para fora de seu universo.
Luís Gustavo: Realmente o texto me toca várias vezes passar emoções incomuns que estão ou já estiveram no meu dia-a-dia.
A liberdade que os personagens procuram ainda que pareça fugaz, são buscadas constantemente por nós. A peça escrita na década de 60 ainda continua atual.
Esperamos que todos sejam tocados da mesma forma que nós fomos.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
FALA COMIGO DOCE COMO SE FOSSE A CHUVA - sobre o autor
"Descobri na escrita uma fuga de um mundo real no qual me sentia profundamente desconfortável". Aos 26 anos ele escolheu o nome de Tennessee em função dos dois anos felizes que passou em Nashville.
Em 1938 licencia-se em arte dramática pela Universidade de Iowa. Estréia na Broadway, em 1945, com À Margem da Vida, sobre a decadência de uma aristocrática família do sul dos EUA. Dois anos mais tarde escreve Um Bonde Chamado Desejo, que lhe vale o Prêmio Pulitzer. Com diálogos poéticos e cheios de simbolismo, explora temas como sexualidade reprimida, desejo, culpa, decadência, nostalgia e sensualidade.
"Fala comigo doce como a chuva"( Talk to me like the rain and let me listen)que mostra o conflito entre um jovem casal: Ele chega bêbado em casa e inicia um solilóquio sobre sua noite; o mesmo faz sua esposa, porém o sililóquio desta se dá em função de sua vida como um todo.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Rainha
Pensando em Consciência negra, não tem como não querer sentir Céu, num belo arranjo com jazz e afrobeat.
http://www.youtube.com/watch?v=x7NaES1i-Dw&feature=related
'Dê água pra Ela beber
Dê roupa pra Ela vestir
Saúde pra dar e vender
Dê paz pra Ela descansar
Adubo pra Ela crescer
Dê rosas pra Ela enfeitar
África,
Cadê
Seu trono de Rainha
Cadê
Dona da Realeza
Cadê
Mãe da matéria-prima
Cadê
Vai levar a vida inteira pra lhe agradecer'
http://www.youtube.com/watch?v=x7NaES1i-Dw&feature=related
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Um novo olhar sobre Torres
Uma nova ótica está na cidade, pertencente ao fotógrafo Luís Reis, que com sua câmera dispara e capta com muito poesia 'sua praia, seu surf'. Imagens com um encantamento sem tamanho.
Visitei a exposição das fotos no Hotel SESC, e perdi o ar inúmeras vezes.
Quem tiver a oportunidade de visitar, não perca, vai até o dia 26 de NOVEMBRO.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Crua e singela Cláudia Meneghetti
Iniciava setembro, e fomos presenteado com dois espetáculo de Porto Alegre: Filhote de Cruz Credo e 10(quase) amores ambos com direção de Bob Bahlis. Após o espetáculo Dez(quase) amores, tive contato com o elenco e conheci Cláudia Meneghetti, uma figura fantástica. E o momento foi retratado neste texto.
Acendeu um cigarro.
Repousava seus doces olhos no breu de um devaneio.
Seus cabelos de carmim, mostrava o celeiro de personagens que nela passeavam,
Ela não se importava com isso. Aliás, se encomodava com nada.
Tragou coragem e deixou o cansaço sair suavemente de suas narinas.
Escapoliu poesia no olhar.
Pediu-me uma cerveja.
O líquido dourado escorregou pelo copo, formando uma fina lâmina de neve.
Bebemos, mas nos faltava ar.
Eis a expressão:'vou te contar' e
Num sobressalto meu coração completou: 'os olhos já não podem ver'.
Dentro deste verso morava uma felicidade intangível;
Tocados entoamos bossas, louvamos Dionísio com os sambas mais mundanos.
Lembramos da arte falada, exaltamos o teatroArte transbordando o cálice
Em ritmo de bolero nossos causos dançavam nas ruas, encruzilhadas.
Estávamos ali, eu e a diva do teatro imergidos no mar da arte.
domingo, 8 de novembro de 2009
Fisiológico
“A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que o outro o compreenda.”
Auguste Rodin
Li esta frase algum tempo.
Já sabemos a suma importância da arte em nossa formação humana.
Somos invadimos de coisas que não podemos controlar.
Êxtase.
O que me indigna é em Torres não ter apoio para a cultura.
Uma cidade bela, cheia de encantos e de um povo criativo.
Nosso talento e vontade ficam jogados ao léu.
Nossas idéias são apenas projetos infantis que não trarão lucros suficiente aos seus bolsos.
Disperdício.
Reinicia-se uma caminhada, Torres com mais opções culturais.
Não meceremos, necessitamos fisiologicamente de arte em nossa via venosa.
sábado, 7 de novembro de 2009
o que é?
Torres.comCultura entra no ar com uma grande questão: o que é arte?
A pergunta ecoa.
Entre um boteco e outro, numa esquina qualquer vemos arte.
Sim
Arte não pode ser conceituada como diz um amigo
Pode ser sentida em cada gota de chuva,
Mirar para o devaneio do outro lado da rua.
Arte passeia por nós, e sopra coisas que muta.
Fala por si só.
Cultuaremos aqui, a arte e suas variadas formas, cheiros, desejos.
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