sábado, 30 de maio de 2015

no violão
em que o mar
faz canção
as ondas das cordas
fale e não mude
 no horizonte
em que deslumbram os teus
dons
tens?
em que transatlântico que que
vais a Itália?
a confusão da minha professora
e a tua cerveja.
o fio do sol
que prende teu sorriso
reconvexo
da música
machê
pra quê?


o fio dos olhos da índia

o cachorro é meu
o poema é teu
o samba doutrora
em que rima
com tuas esquinas
nossas desventuras.
sofra da doença da morte
das palavras que tens
sou rei

no verbo me criei
durmo na canção
e navego no teu coração

na corredeira negra
rio dalma
em que entra em tempestade
quando estamos só

sofro da doença da morte
na queixa da vida
em que a morte
se resume ser
em ter
só morte.
enquanto
o canto
é só palavra
amor é encanto.

minhas rimas doutrora
fez samba pra senhora
sem pressa nem medo
em teu amar
arvoredo
o rio que devolve o mar
canta nosso enredo.

em quanto 
enquanto?
por hora sou
estou
só.
o ar frio que percorrem
o meu samba
traz você

dói demais
sentir.

o sol que traz em ti
me dá frio
sério.

o sol que traz em ti
quando dorme nas nuvens
e provoca meu francês
c' la vie
do fluxo
vamos tomar um banho de mar?
vem!
quando o mar se abre em renda
e o seu vestido me prende
beija
a lua nua acorda ondas

vem tomar um banho de mar
quando as rochas tentam ser navios
e o itinerante seja aqui
a e ilha sem só lobos.

tomamos um banho de amar
que mar...
que veio esplêndido
majestoso.
na trama em que estava dormindo.

a praia se abre
a cal se aumenta
o mar é meu amar
transcende ondas
acende brumas.
enquanto o escorpião percorre o céu
e as bocas amargas da terra
pedem amor
eu fico mudo
cavalgo nos medos
da próxima história

o escorpião pinta celeste
e eu, sendo poesia,
querendo que o cafundó
das estrelas
percorram minhas veias

Minhas veias foram estrelas
e meu coração um céu aberto
nas pálidas calçadas
em que tua forma
entorna samba

a vida é simples
no teu cigarro
no teu cabelo
no teu,
teu?

quarta-feira, 20 de maio de 2015

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Colóquio do Tempo

Ela perguntaria. Você perguntaria? Não sei. Ela pergunta que vai chover.
Eu titubeei, e ele responderia numa outra pergunta. Ele responde numa outra pergunta, quiça?
Ela conhece o tempo como ninguém, como se comporta o vento, como a lua mostra seu franco, como o mar exibe seu vestido.
Você diria que iria chover, mas ela sabe que não vai chover, a pergunta era uma pedra que espera o mar a banhar todos os dias, um espinho atravessado na garganta, a concha desgarrada do molusco ou apenas uma pergunta sendo pergunta.
Eu sei que não. Ela responde que acha que não chove.
Ele responde se chover que seque meu coração que está no varal.
Ela não ri, ele riria, ela chora, você só olha, sem saber o que fazer e eu olho a onda que insiste em vestir a pedra que faz sua reza beira-mar.
Meu amor olha pro céu
aquela nossa estrela caiu
Deixou um vazio no espaço
Outra estrela surgiu
E desfez nosso laço

Ao largo do paço
o escorpião translada
a constelação caça
e nada não passa
de uma grande trapaça.

o amor é maior que os amantes

O amor é maior que os amantes
Por mais que tentamos conter o mar
flutua ondas brumosas
detona-se em branca renda.

Mar é sábia imensidão
Assim como o amor que transita
formas que suplicam
apenas atenção.

Neste vale, onde lágrimas de chuvas
formaram correnteza,
trouxe as flores de certezas doutrora.

Maré vento
quando acolhe a chuva
Colhe as lágrimas
para regar a flor do amar.


segunda-feira, 4 de maio de 2015

A estrela culmina no céu 
da boca da terra
ela arde espelho
lilás pôr do sol
quando o debruçar de Deus
Montanha floresce

A flor que traz no cabelo
colhi na beira do rio
na chuva me encontrei
O céu azul mancou
no barro intacto

A correnteza deste mar
aberto
me infla vela
me corre areia
e eu com a flor e com a estrela
deixo a lua me levar.