domingo, 24 de abril de 2016

Preta,

Esse mar que traz gingado
onda que quebra em sua leveza
Explode em seu corpo levado
salpicando a pele em grãos de beleza.

Assim a marola do teu texto
Arrebenta em mim
E eu reviro tuas gavetas
Pretexto é poesia sem fim.

Eu sei que escondes em teu verso
E em cada letra que estampa
Como as estrelas caladas do universo.

Trazes consigo um velho samba
A recíproca nula e a pergunta
Que descansam no teu mar bamba.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

das Torres

No forte da Guarita
os olhos de Gaudi
acende a chama
que chama 
um índio
uma maria.

Surgiste ali,
água de cores de Delville
teu bálsamo
lágrimas de Ocarapoti.

Tens asas pra dançar
e ser esculpida nas areias
da Itapeva
te amo ladeira abaixo
feito Mampituba.

Vadia!
Me arreganha esses montes
dá teu beijo mar
e eu fico bobo
tempera meu coração
tentando fazer samba,
mesmo sem tocar violão.

sábado, 16 de abril de 2016

esse verso
em sua espinha

essa samba
em sua cadência

esse poema
em sua métrica

guarda inteiro em si
a casa que
explodimos no sorriso
do domingo.
o que tens nos olhos
rasos
feito mar
não dizes nada.

ouvi você dizer saudade
silêncio e afeto
naquele vento que odeias
ventilador.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

terça-feira, 12 de abril de 2016

morte

o sopro do infinito
o beijo cálido da morte
fazem entender o universo
temos que concordar
quando samba acaba
e subtrai sorriso da mulata
a vida voltar a ser como ela é
cada qual em sua caduca engrenagem
não há o que contestar
a morte é a solução da filosofia
o epitáfio da existência
a religião de nós
amantes descrentes
a morte é um abraço
que a vida necessariamente pede
as mãos do coveiro
o música surda da pá
o cimento frio
o tijolo duro de alma
a morte é
a nossa falta de si
o mar tingido de céu
a onda quebrando por si só
nosso samba canção
que ensaiamos a a vida inteira
para dançar na amplidão.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Nós amantes
somos uma máquina de expectativa
O oco da voz da ilusão
um grito surdo na amplidão

Ventos no varal
e os lençóis engravidam
na expectativa de novas direções
esquecem a solidão do prendedor.

 - recolha as roupas Luís.

É tempo de amar
Um beijo e a certeza do não
O afago e a impossibilidade do sim
Ai de quem não rasgue o coração.








Notas sobre coração, amor e arte

- O que impulsiona a vida? 
- Veja pela lógica Luís, quem impulsiona a vida é o coração. Sua função vital de distribuir vida ao nosso organismo.
- E o amor?
- O amor impulsiona o coração, mas no sentido figurado, me entende?
- Figurado no sentido literal?
- Figurado, figura de linguagem.
- Isso é arte. A arte que impulsiona a vida.
- A vida impulsiona a arte.
- E o coração?
- Ah, há muito segredos sobre ele.