Será que ainda consigo Fazer um poema
Um poema de efeito
Desses de amor, cheios de defeitos.
(Viciado em rimas)
Tossindo rotinas!
Será que ainda consigo fazer poesia
Um samba de mesa
Batucada moleza.
(Viciando em rotinas)
Espirrando rimas.
Um samba tem que ter algo além da beleza.
E aqui estamos de coração - na mesa
Pensando em sonetos
esquecendo as esquinas.
Há em cada poema um engano
Um traje e um canto
Em que a noite esconde
E a lua, com espanto
Ilumina o choacalhar
Do bonde.
Samba Torto
conversas de guardanapo.
sexta-feira, 17 de maio de 2019
sábado, 30 de março de 2019
Acordei aperreado,
Sonhei com tudo
E com todo,
Coração descompassado.
Abri a janela
O sol já brilhava danado,
A rua era tomada de gente
E tinha burburinho engraçado,
Não é que de repente
O dia viro noite
O sol entro em crise
E a lua tomou a frente
Ó minha virge,
Mas o povo dá nome pra tudo
Falatório de tal de eclipse,
Era gente olhando pro céu
com chapa de quebradura
E fazendo cara de besta.
Degavarinho o dia surgiu de novo
Até passou a dore de cabeça
Eta mundo louco,
Até o sol tem seus dia
De pura agonia.
Beira do mar é a primeira linha
Da inepta inspiração do poeta
Que crê que nesse poema
Se transformará num profeta.
O poeta vasculha na areia
Feito pescador atrás de marisco
Como a isca para pintar
A negra com biquíni que confunde com mar.
Nesse momento que ele se entrega
Com sua escrita pede como numa prece
Que se acenda e infle a vela
Para caminhos além mar:
O mal olhado
O mar leva,
O mal dizer
O marulho dispersa.
quarta-feira, 6 de setembro de 2017
Samba do Café Corrido
Meu amigo, petit monsieur
passei rapidinho pra te contar
tenho boas pra te dizer
mas teu café tá sempre frio
combinando essa cara blasé
meu amigo, grand monsieur
passei rapidinho pra abraçar
comemorar nosso viver
o leite derramado não adianta chorar
a vida foi feita pra rolar
meu amigo, mon monsieur
passei rapidinho para te cobrar
chega a hora de jogar o buquê
sai dessa de choramingar
abre essa janela pra ver o luar
giravida giraroda vira vendaval
tudo muda a todo instante
a vida nunca nega o cupom fiscal
passei rapidinho pra te contar
tenho boas pra te dizer
mas teu café tá sempre frio
combinando essa cara blasé
meu amigo, grand monsieur
passei rapidinho pra abraçar
comemorar nosso viver
o leite derramado não adianta chorar
a vida foi feita pra rolar
meu amigo, mon monsieur
passei rapidinho para te cobrar
chega a hora de jogar o buquê
sai dessa de choramingar
abre essa janela pra ver o luar
giravida giraroda vira vendaval
tudo muda a todo instante
a vida nunca nega o cupom fiscal
segunda-feira, 4 de setembro de 2017
Do cubismo
de Picasso
ao jazz de Charles Mingus.
Movimentos artísticos esses
que "desformam" conceitos.
Na perspectiva atual,
estamos precisando
de artistas de fato,
caráter e autenticidade.
Há um egoísmo impregnado
- não que o artista não seja -,
porém há uma hipérbole:
somos ilhas,
pensamos ser autossuficientes,
não existe mais altruísmo.
Mas afinal, pra que serve a arte?
Alguns beijam-se como Narciso,
outros petrificam com o olhar da Medéia,
outros se perdem no canto das sereias
e esquecem de Odisseu
e sua resistência à vaidade.
Deixamos o Jazz continuar na vitrola...
{Andando no centro de Florianópolis, encontrei um quadro que silenciou o trânsito: um negro com cigarro no canto da boca tocando baixo acústico, fumaça subindo no fundo preto de um possível inferninho. Não sei o nome da obra, intitulei: "Cartola tocando Baixo Acústico" - 2 de setembro de 2016}
de Picasso
ao jazz de Charles Mingus.
Movimentos artísticos esses
que "desformam" conceitos.
Na perspectiva atual,
estamos precisando
de artistas de fato,
caráter e autenticidade.
Há um egoísmo impregnado
- não que o artista não seja -,
porém há uma hipérbole:
somos ilhas,
pensamos ser autossuficientes,
não existe mais altruísmo.
Mas afinal, pra que serve a arte?
Alguns beijam-se como Narciso,
outros petrificam com o olhar da Medéia,
outros se perdem no canto das sereias
e esquecem de Odisseu
e sua resistência à vaidade.
Deixamos o Jazz continuar na vitrola...
{Andando no centro de Florianópolis, encontrei um quadro que silenciou o trânsito: um negro com cigarro no canto da boca tocando baixo acústico, fumaça subindo no fundo preto de um possível inferninho. Não sei o nome da obra, intitulei: "Cartola tocando Baixo Acústico" - 2 de setembro de 2016}
O artista carrega o peso
de lidar com as emoções
do mundo.
-carrego a cadeira nas costas.
Ter a alma na pele é
realmente para poucos.
- rasgo minha pele e me vejo mar
O tecido translúcido
Da infância à solidão da vida adulta.
A aflição e obsessão
da contemporaneidade.
Lispector e sua prosa,
Pina Bausch com a dança
contemporânea onde não
existe palavra sem movimento.
"Não me toque estou cheia lágrimas - sensações de Clarice Lispector".
{15 de set 2016}
de lidar com as emoções
do mundo.
-carrego a cadeira nas costas.
Ter a alma na pele é
realmente para poucos.
- rasgo minha pele e me vejo mar
O tecido translúcido
Da infância à solidão da vida adulta.
A aflição e obsessão
da contemporaneidade.
Lispector e sua prosa,
Pina Bausch com a dança
contemporânea onde não
existe palavra sem movimento.
"Não me toque estou cheia lágrimas - sensações de Clarice Lispector".
{15 de set 2016}
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