quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Samba do Café Corrido

Meu amigo, petit monsieur
passei rapidinho pra te contar
tenho boas pra te dizer
mas teu café tá sempre frio
combinando essa cara blasé

meu amigo, grand monsieur
passei rapidinho pra abraçar
comemorar nosso viver
o leite derramado não adianta chorar
a vida foi feita pra rolar

meu amigo, mon monsieur
passei rapidinho para te cobrar
chega a hora de jogar o buquê
sai dessa de choramingar
abre essa janela pra ver o luar

giravida giraroda vira vendaval
tudo muda a todo instante
a vida nunca nega o cupom fiscal

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Do cubismo 
de Picasso 
ao jazz de Charles Mingus. 
Movimentos artísticos esses 
que "desformam" conceitos. 

Na perspectiva atual, 
estamos precisando 
de artistas de fato, 
caráter e autenticidade.
 Há um egoísmo impregnado
 - não que o artista não seja -, 
porém há uma hipérbole:
 somos ilhas, 
pensamos ser autossuficientes, 
não existe mais altruísmo. 

Mas afinal, pra que serve a arte? 
Alguns beijam-se como Narciso, 
outros petrificam com o olhar da Medéia,
 outros se perdem no canto das sereias 
e esquecem de Odisseu 
e sua resistência à vaidade. 
Deixamos o Jazz continuar na vitrola... 

{Andando no centro de Florianópolis, encontrei um quadro que silenciou o trânsito: um negro com cigarro no canto da boca tocando baixo acústico, fumaça subindo no fundo preto de um possível inferninho. Não sei o nome da obra, intitulei: "Cartola tocando Baixo Acústico" - 2 de setembro de 2016}
O artista carrega o peso
de lidar com as emoções 
do mundo. 

-carrego a cadeira nas costas.

Ter a alma na pele é 
realmente para poucos. 

- rasgo minha pele e me vejo mar

O tecido  translúcido 
Da infância à solidão da vida adulta.
 A aflição e obsessão 
da contemporaneidade. 

Lispector e sua prosa, 
Pina Bausch com a dança 
contemporânea onde não 
existe palavra sem movimento.

"Não me toque estou cheia lágrimas - sensações de Clarice Lispector". 

{15 de set 2016}
as linhas de aço 
É que poema 
samba
Vira bamba
E sai do compasso.
{28 de outubro 2016}

Os antigos dizem que depois 
da chuva vem a bonança. 
Uma forma de não desacreditar no futuro.

 A esperança é o combustível 
para seguir até o horizonte, 
assim como o conceito 
de Utopia que citou Galeano. 

Seguir a diante independente da atual situação. 
Assim vai mais um ano, 
ano de golpe, 
de misantropia. 

tomo o último banho de mar
de peito aberto,
morro para nascer
novo ano.

{morro das furnas e o céu num pálio de cores de fim de tarde. 
Cenário perfeito para a reflexão nas ações. }
31 de dez 2017
Quando sol beija a lagoa
Reflete um poema
No violão.

{janeiro 2017}
A nova trilha sonora da minha vida 
é 168 batimentos por minuto. 
Cada contração desconstrói 
conceitos doutrora 
cria um novo mundo. 

Um samba antigo, 
a orquestra da vida.

Iniciamos uma nova jornada 
cheio de medos 
e a certeza do aprendizado 
que amar é dar o que não tem. 

Seja bem vindx: 
será nosso sol, 
nossa lua,
nosso amar.

{descobrindo-se pai do Bem - 30 de Mar 2017}
A chuva cai melodia
memória salpica,
Lá se vai mais um dia.
{ 4 de Junho 17}
No cafundó do peito
Pulsava uma lagoa
Água de lamento
De um amor derradeiro

Da vida sem cor,
Ocarapoty fez aquarela
Da sua dor
Pintou essa lagoa bela.

A lagoa do violão
Faz a gente pensar,
Por que não transformar
A tristeza em beleza ou alegria?
Bora fazer poesia!

{fim do dia 28 de Junho de 2017}
A tarde arde despacito
E no fundo, todo o mundo 
Quer ser passarinho.

{pôr do sol no consultório - 27 de Julho}
Está nas nossas linhas tortas
na pobre programação
do feed de notícias
está aqui.

Aqui,
Já,
No agora
A libertação das lamúrias
de outrora

Atenda atenta
O amor está chamando teu nome
Entenda.

No monólogo movimento cibernético,
O mar inflama nossa hora,
Não demora.

{em algum luar numa noite quente de Janeiro de 2017}

domingo, 3 de setembro de 2017

Soneto-samba Coração no Abelheiro

Vivemos na corda bamba
nosso amor se faz alcoviteiro,
de juras e tramas
somos bons parceiros

Mas é só raiar sexta feira
O samba nos joga pra escanteio,
Confiar em nosso amor
É colocar o coração no abelheiro.

sempre soou alheio,
somos dois, somos muitos
dançando no aguaceiro.

e é na segunda-feira
surge nosso sorriso sorrateiro,
a alma não mente nem pro espelho.