quinta-feira, 26 de maio de 2016

nós

nós,
artistas temos que
respeitar nossa alma
nosso destino.

temos a missão de desconstruir
a obrigação de entortar as linhas
da fada realidade.

lotear o mar 
pintar o muro da cor
dos olhos da mulata.

nós,
poetas,
temos que levantar a onda
da poesia,
desterrar o poema
e deixar o beijo durar.
desatar os nós,
atar a nós a existência
a sintaxe e o verbo.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Alforrio-me escravo
Labuto ao cair do véu
No seu rosto vermelho sol
Pousarei borboleta
E se teus lábios revelam-se cais
Partirei daí
Sua mucosa rala
Timoneiro
Faço-me seus
olhos marejam
Inundam mar.
Comi
Juro que comi
e ela é linda
tem seus olhos pintados
e escalei seus montes
que monte!
Desbravei a gruta
em que havia uma mulher sem orifício
Fiz ali um sacrifício
deleitei-me em suas corredeiras
e na floreira 
fiz-me espinho
devorei
afoito
escroto,
como um besouro a uma boa folha viva
e como um bom animal 
gozei
olhando o céu
como somos felizes?
não tinha cigarro.

inverno de 2011.
A ponte
delimita o rio
nas correntes da noite
tão raro de se ver
aponta o destino
a frente
Mar
Marginal das ondas.

in.completo de novembro de 2012
vento
teus beijos tem este sabor
completo
inside words
não são lacunosos
uma linha imaginária
sonrisa de viento
que podem existir
ou ser
dilacerado por este poema.

escritos in.completos de 2013.
Juro não escrever mais
sobre amor.
sou poeta
minto e amo demais.

domingo, 15 de maio de 2016