quinta-feira, 5 de agosto de 2010

cores de domingo

Meus dias andam cizentos. Talvez sinto falta de algo que fazia tão bem ano passado: poesia.
Fazíamos sarais, debatíamos, acrescentávamos e isto no dava um fullgás para os dias.
Ríamos das tristezas, chorávamos das nossas alegrias. E hoje já não há uma disposição, os dias eternizam cinzentos. Sarais e oficinas estão guardados juntos aos lápis que coloriam os dias, preenchiam as horas e assinavam amores.
No meu íntimo, papéis de pardos/amassados,encontro a descrição de um desses dias:

O tempo não estava ensolarado, mas isto para nós, não fazia diferença. Havia um vento sul que era capaz de impulsionar meus sonhos para mais mirabolantes lugares.
Chegamos ofegantes e temerosos com que poderia acontecer naquela tarde. Eis a primeira surpresa: um corpo rígido, verticalizado, ora dançando, ora flutuando, brincando no ar. "Incrível, precisamos praticar isto também" comentei com meu amigo que observava admirado.
O dono do corpo sente nossa presença e volta num sobressalto. Seu corpo, horizontaliza, e nos recebe, como sempre, harmoniosamente. Nos oferece tapetes e pede para que nós repousemos nossos respectivos corpos.
Meu dorso no chão, já era grama, a grama realizava fotossíntese para mim. Anseios, medos, virtudes e fraquezas eram desconhecidos ali. Acontecia uma dança simbiótica entre eu, ar, tempo, dimensão.

Texto que fiz a Fabrício, fundador da Nomadic University que tanto acresceu em nós.
http://www.rainbow-children.org/ 

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