terça-feira, 1 de junho de 2010

Eu, samurai?

Sabores, músicas, cheiros deixam cicatrizes profundas na lembrança.
E por um lado é muito bom, porque quando nossos sentidos são aguçados, o sabor do momento retorna com fragmentos da memória ainda não degustados, deleitáveis instantes.
Pois bem, irei repartir um desses momentos com vocês:
Numa roda de amigos escutávamos ‘Samurai’ de Djavan. Uma música que para alguns não tinha significância nenhum, e alguns até murmuravam que a tal canção era brega, antiga, inaudível, - fico pensando o que é audível para eles - , eis que veio o dia do meu primeiro beijo. O primeiro beijo é sempre cômico.
Minhas pernas tremendo, minha língua rija, os olhos como flechas. Eis que os lábios feriram os alheios e singrei mares ainda desconhecidos. Foi segundos.
Após, abri a boca e vi que tinha pedaços de biscoito na boca, a garota tinha comido um pacote inteiro. Cuspi no chão. Comecei a rir. Sim, nunca tinha recebido comida na boca, salvo de minha mãe. Prometi que nunca mais beijaria na boca, minha jura fracassou.
Mas que tem haver a música? Cheguei em casa no mesmo dia e liguei o rádio, estava lá, Djavan me avisando que uma nova fase está chegando, seria eu um serviçal do amor, embora eles cretinos... ‘Mas eu tô tão feliz!/Dizem que o amor/Atrai...’

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