domingo, 1 de setembro de 2013

Brincos

Os brincos na cabeceira
Que repousam os mundos
Olho-os fixamente
Até sua forma se perder
Há de ter um motivo de estarem
Tão juntos agora
E vivem solitários
Em você

São dois mundos quem rolam
Na amplidão
Nós criamos o universo
Não tinha dado por conta
Tantas constelações inventamos
Desenhando e costurando o céu

Procuro incansavelmente a justificativa
Voraz e sensata
-Inútil!

No fim tudo vira verso
as canções de ninar
os sonhos acordados
a chuva,
a nossa chuva
a lagoa, o banco
a árvore de estrelas
a cama quente
E as brigas por brigar
Não há motivos
Nem a metafísica
ilustra nosso universo particular

E eu, brinco
aqui, você lá.

Nenhum comentário: